Plano de contingência de energia na área da saúde
A área da saúde encontra-se cercada por condições de risco, grande parte estão presentes nas instalações, equipamentos, materiais e no desempenho de seus profissionais. Tradicionalmente, a elaboração de um plano de contingência em energia fica em segundo plano, mesmo sabendo-se que súbitas interrupções da rede concessionária de energia, parciais ou totais, podem causar danos irreversíveis e desproporcionais à causa.
A falta de energia elétrica e os seus efeitos sobre as atividades das áreas de saúde pode ir desde a falta de realização de exames ou procedimentos até consequências mais graves e intangíveis.
Normalmente, as áreas de saúde possuem planos de contingência superficiais no que diz respeito à falha da rede concessionária ou do gerador de backup. Acredita-se que os profissionais experientes e capacitados tenham condições de resolver situações de risco devido à falta de energia elétrica. O fato é que, caso não haja um plano de contingência bem elaborado, dificilmente as melhores condutas serão aplicadas numa situação emergencial. Nestas condições, o estresse aumenta proporcionalmente à demora do retorno da energia elétrica.
Em 1977, o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 400, de 6 de dezembro de 1977 – aprovando e determinando que em todo hospital deve-se obrigatoriamente manter uma fonte de energia de emergência para assegurar a continuidade do equipamento vital, utilizado no atendimento aos pacientes, quando o suprimento normal é interrompido.
Em hospitais com mais de 100 leitos, a fonte de energia de emergência deverá ser obrigatoriamente um grupo gerador, com autonomia mínima para operar durante 24 horas ininterruptas e ser inspecionado diariamente e operado pelo menos 30 minutos por semana.
A ANVISA reconheceu a importância dos geradores de eletricidade para sustentar a vida dos pacientes ao expedir resolução (RDC 50/02), que considera a energia elétrica de emergência item obrigatório em projetos de reforma ou construção de novos estabelecimentos de assistência à saúde.
PLANO DE CONTINGÊNCIA DE ENERGIA (PLANO DE EMERGÊNCIA OU PLANO “B”)
O Plano de Contingência de Energia serve para organizar, orientar, facilitar, agilizar e uniformizar as ações necessárias para os casos de falta da energia principal.
O PLANO DEVE, ENTRE OUTRAS ORIENTAÇÕES:
A) Instruir os funcionários sobre como identificar a ocorrência de um evento indesejável ou o risco iminente;
B) Detalhar as ações necessárias de acordo com o diagnóstico do problema. Por exemplo, ainda que o grupo gerador principal tenha entrado na falta da rede principal, deve-se entrar em contato com a empresa responsável pela manutenção do equipamento para que ela acione sua equipe de plantão e realize as ações preditivas necessárias.
C) Sugerir um plano de segurança energético caso o gerador próprio não assuma em carga de falha da rede. Este plano pode ser a contratação de uma prestadora de serviço com SLA rígidos de atendimentos. Esta prestadora será responsável não só pelo fornecimento de um grupo gerador de capacidade igual ou superior à carga do hospital, como também por toda logística de entrega, instalação e comissionamento do grupo gerador ofertado.
D) Orientar em relação aos procedimentos de comunicação para reportes internos e externos.
Atualmente, é muito comum as unidades de saúde optarem pela locação de geradores de energia. Neste modelo de contrato as unidades de saúde repassam todas responsabilidades de manutenções preventivas, corretivas, seguro, SLA de atendimento e demais obrigações para a prestadora do serviço.
Preparar-se para as incertezas é dar um passo importante para a continuidade operacional das instituições hospitalares que devem estar preparadas para o enfrentamento de crises, como a do Coronavírus (COVID-19) por exemplo. O Plano de Contingência de Energia é um processo racional e analítico, que possibilita à instituição antecipar-se aos potenciais problemas adotando medidas factíveis e soluções corretas de forma a minimizar os impactos da falta de energia.
Como os processos e os riscos variam ao longo do tempo, é necessário que os Planos de Contingência de Energia sejam atualizados periodicamente, incluindo o treinamento dos funcionários, minimizando possíveis consequências negativas.
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